terça-feira, 13 de abril de 2010

Poema de Retrete



Não te esforces, cabrão!
Roupa langonha.
Tony Harrison in «V»



De porta fechada para ocultar a
Minha face
Enquanto ouço ao longe os grilos
Cago-me de consciência limpa.

De tripa limpa em sintonia
Com a minha falta de memória
Lá fui a comissões e inquéritos:
Posso ou não escrever «cagar» neste poema?

Paleio e Paleio e mais
Paleio e ninguém me diz
«Pode» ou «Não pode»
Em retretes digo «cago-me para vocês»
Ocultado está o meu rosto
Em salas em U limito-me a soletrar «WC»
Tenho o rosto a descoberto!

…um momento…

Aquele não é o primeiro-ministro de
Caralho na mão a foder os
Mentirosos de consicência limpa?

Ah corruptos, cus cagados
Ratazanas da crise!
Ah se eu fosse a crise
Fodilha-vos a todos meus cabrões
De Consciência limpa!

…Nova mensagem de
…Satanás22@hotmail.com:

«Não ouvi nada, não vi nada,
Não sei de nada, não disse nada,
Não senti nada, não tenho consciência
De Nada. Nada. Falas de quê?
P.s- convidados a proteger XD!
Nada X 7 hemm! »

A merda é tanta nas retretes do Poder
Que nos cega os olhos!






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