terça-feira, 1 de setembro de 2009

Poética Simbo-hermética

Nas manhãs de Fevereiro
A poética adormece no colo de medíocres pintores de frutos geniais
Enquanto os músicos inspiram o abafado transpirar do seu sono.
Dorme poética sobre os mantos rasgados
Que cheiram a suor moribundo misturado com baratos desodorizantes.
O pão é algo pobre, engorda e produz varizes.

Poética procura os códigos do saber antigo
Distribui caduceus pelos ricos e se puderes enfia-os pelos seus culós a cima
Para que da ignorância nasça o mecenato.
Me acenas com os dedos ao longe ou
Dormes ao longe ou dormes no meu colo…
Por vezes, o sol bate-te na cara e tu poética
Espelhas na minha alma os códigos psíquicos da minha ignorância.

Recupera orações perdidas que deixamos de proferir
Recorda-me os ritos ancestrais da menstruação do mundo
E grita comigo: «Eli Eli Lama sabachthani».
Sabáticos deuses de púrpuras faces de falos hirtos em aço.

Smirnoff para todos – Poética das massas, como o sexo
E o dinheiro que pode tudo:
Comprar o outro, Deus e o Diabo
Subornar os inspectores das cartas de condução: Cérbero.
Cérebros de génios são esses que sem poética fazem com o engano
Distintos amigos Baalianos.

Poética dorme sempre que poderes em meu colo
Esconder-te-ei os caminhos em segredo
Do teu regresso todas as manhãs.
O nevoeiro – não! Nevoeiro não é necessário
Nem num país de sal com memórias ocas.

Poética dorme. Dorme.
Dorme e quando acordares acorda para todo um adormecido país
Onde nem Sócrates nem Cristo puseram cá os pés!



Reler ao som de vidrificadas Facades, após 2 minutos!



22-09-09

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