segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Blues para um Funeral

Parem os relógios, desliguem os telefones,
Não deixem o cão ladrar ao ver os ossos.
Mantenham os pianos fechados e batam em tambores,
tragam o caixão, e a segui-lo o cortejo fúnebre.

Que o avião circule sobre nós em sinal de luto
esrevendo com fumo no céu: Ele morreu,
Enfeitem com laços as pombas da cidade,
E aos polícias de trânsito ponham luvas pretas de algodão

Ele era o meu Norte, o meu Sul, o meu Este e Oeste,
A minha semana de trabalho, a folga de domingo,
O meu dia e noite, a minha conversa e a minha canção.
Pansei que o Amor era Eterno: enganei-me.

As estrelas não são precisas: apaguem-nas todas,
Embrulhem a lua e escondam o sol,
Esvaziem o oeano e varram a floresta,
porque o que resta não vale a pena.

de W. H. AUDEN


(um poema inesquecível)

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