sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Artista explica o seu Trabalho (Santa Paciência lol)

bem aqui vai... Nunca fui adepto de escrever sobre as razões ou o porquê de desenhar como desenho. Desenhos estranhos, inestéticos para alguns, bonitos para outros, interessantes ou desinteressantes, rabiscos ou verdadeiras obras de arte. Pouco me importa, alías nunca me importei com a opinião dos outros a esse respeito. Não é ter uma postura arrogante, é simplesmente ter Uma postura correcta, uma postura de artista que sabe o que quer, o que procura encontrar na sua arte. A análise rigorosa dos trabalhos deverá ficar para quem as vê ou para o crítico especializado. Aqui só darei alguns pontos para as sua compreensão. Partindo do pressuposto que cada um vê o que sabe e que as sensibilidades variam de espectador para espectador, vou enumerar aspectos essenciais à minha estética plástica.

- Sobrevalorização das potêncialidades da linha (direcção, espessura,cor, ritmo)
- Oposição de elementos visuais (orgânicos - inorgânicos)
- Abstracção como Climax do «Sentir Estético»
- Valorização da monocromia
- Valorização de diagonais
- Jogos de Luz - Sombra


- Música serial como elemento essencial
- Filtragem de material visual - cinema, Teatro, Publicidade
- Valorização da escrita - Poesia


O exemplo que se segue chama-se «A Fonte» e vai de encontro a alguns aspectos referidos. Esta fonte faz referência à fonte do filme «Expiação» e à música do mesmo filme de Dario Marianelli, especialmente: «Two Figures by a Fountain». Nota-se que a fonte foi reduzida a uma elipse irregular azul, da qual saem pequenas linhas, dando a sensação de ser uma fonte de água quente. Nesse sentido a associação às Caldeiras de S.Miguel (Açores)(de onde sou natural)é mais que evidente.

Vindo de uma ilha, o elemento água sempre foi considerado (por mim) essencial, reflectindo-se na adoção do Azul em desfavor das outras cores. O negro das linhas podemos encontrar no basalto negro, que à semelhança da água, é um elemente essencial da Alma Açoriana. Deste modo considero-me essencialmente um artista açoriano, sem que para isso reduza a minha obra ao universo temático açoriano. O universo açoriano apresenta-se sempre filtrado na obra plástica, permanecendo encoberto como um nevoeiro, como uma bruma!



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