segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Mário Cesariny

O Álvaro gosta muito de levar no cu
O Alberto nem por isso
O Ricardo dá-lhes mais para ir
O Fernando emociona-se e não consegue acabar.

O Campos
Em podendo fazia-o mais de uma vez por dia.
Ficavam-lhe os olhos Brancos
E não falava, mordia. O Alberto
É mais por causa da fotografia
Das árvores altas nos montes perto
Quando passam rapazes
O que nem sempre sucedia.

O Fernando o seu maior desejo desde adulto
(Mas já na tenra idade lhe provia)
Era ver os hètèros a foder uns com os outros
Pela Seguinte ordem e teoria:
O Ricardo no chão, debaixo de todos (era molengão
Em não se tratando de anacreônticas) introduzia-
-Se no Alberto até à base
E com algum incómodo o Alberto erguia
Nos Pulsos a ordem da Kabalia
Tentando passá-lo ao Álvaro
Que enroscado no Search mordia mordia
E a mais não dava atenção.
O Search tentava
Apanhar o membro do Bernardo
Que crescia sem parança direcção espaço
E era o que mais avultava na dança
Das pernas do maço da heteronomia
A que aliás o Search era um pouco emprestado
Como de ajuda externa (de janela do lado)
Àquela endemonia
Hoje em dia moderna e caso arrumado.

Formando o quadrado
Era quando o Aleyster Crowel aparecia.
«Iô Pan! Iô Pã!», dizia,
E era Felatio para todos
E Pão de ló molhado em malvasia.

(...)

In «O Virgem Negra - Fernando Pessoa explicado às criancinhas naturais e estrangeiras por M.C.V.»



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